Antes fosse o amor traiçoeiro sua chaga
eu arrebentaria a corrente que urge esse abominável
mas essa não é causa do seu martírio
e da dor que tanto suporta
Antes piedade eu tivesse dos seus lábios ausentes
muito taciturnos a dançarem palavras
que escorrem débeis pelas laterais ressecadas
devido ao inverno que chegou mais cedo
E se eu sentisse ódio não me espantaria
clamaria aos céus que sua morte chegasse
para aliviá-la dessa tonelada de fracassos
Antes fosse tarde demais para te querer
e as mulatas de Ipanema me roubassem a atenção
mas estou enjaulado na teia de um labirinto
bebericando seu desprezo
Antes a perca de algo ou alguém fosse a causa da sua agonia
mas nada te falta a não ser a si mesma, abortou-se, dissipou-se
em meio a um vale fúnebre
de faces invisíveis
Antes eu te fizesse ser mais amor e menos dor
mas eu não sei nem o que posso fazer com essa poesia
que é muito sua ao invés de minha
Oi Gyzelle Góes!
ResponderExcluirBonita a forma como a poesia vai se expandido, enquanto mostras as variáveis.
Abraço,
Paulo.
Bom dia Gyzelle. poesia esta cantada em versos brancos..
ResponderExcluirainda bem que ela se molda em fatos que muitos passam desapercebidos mas nós como poetas e poetisas sabemos trazer isto a tona.. abraços e um lindo dia