segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

um castelo no mar

desde que pousei ao mar 
a minha face se embaralha 
com o novelo
das ondas

confundo o meu reflexo
com o perplexo
gozo de Vênus

uma alga-vida 
se consola nos meus ombros
movediços, viscosa 

onde será que eu naufraguei
por culpa da fadiga ou revelia 
busco antes da terra
a boca: a asfixia 

das tormentas ao mel da poesia 
construo o meu castelo – 
atraco nas costelas de Poseidon 

Um comentário:

  1. Sua escrita é sem igual. Como sempre, versos divinamente maravilhosos!

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