sábado, 15 de outubro de 2022

humaitá

a palavra que desfila e manca
o rosto de um garçom atrasado 
na mesa sorri e acende o cigarro
devagarinho a chuva teima em nos pisar 

são cenas infames essas as quais você lê
pra mim escorado no topo da cadeira 
mas eu queria te perguntar se 
você não quer dormir 

eu poderia do que ouço do teu peito dançar  
aqui, mas eu não conseguiria, tão baixo 
confesso. deixo as tuas mãos agirem 
sob os meus cadarços 

eu que me declino por poemas por ti
mas você faz que suspende as mangas 
você é uma árvore escondida 
à sombra de uma outra árvore 

e eu não sei da fauna além da suspeita 
qual o signo do teu próximo filho? 
poderíamos ser aqueles que teimaram 
em acordar as ruas aos domingos 

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