que te amo
sem tremer
que a rua se tornou
pequena depois
de conhecê-la,
minha cabeça é povoada
pela imagem de você
uma rosa vermelha
no meio do povo
e eu tentei preservá-la
do alcance
dos pés que ameaçavam
esmagá-la
mas como poderia alcancá-la
se não vi mais o seu rosto
se esbarrando entre os rostos
se apesar de que tenha me apegado
às memórias
sinta falta do bafo do dia
espelhado em seu colar antigo
só quero dizer
que te amo
sem temer
que a minha vontade de te proteger
é a minha fraqueza
uma rosa que colheu o próprio plantio
seu gesto bravo de sobreviver
ainda hei de te rever
à sombra dos pés,
das mãos
à face do amor que não treme/
não teme
o alvoroço da multidão