dez anos ou mais sem
escrever um verso,
a força da palavra
entortada na ponta da linguagem inacessada,
a língua umedecida como lenços de limpar lágrimas
e a bunda dos inocentes
a língua umedecida como lenços de limpar lágrimas
e a bunda dos inocentes
e os dedos
paralíticos
a gente vai se
tornando exigente,
tento descrever com
mais elegância
o gesto de virar a
esquina
e comprar o pão da
tarde amarelada,
essa cor se tornou
rotina desde que
descobri meus olhos
cansados,
os olhos vidrados no
panorama da cidade
cristalina, os
roncos e a neblina das garotas descoladas,
botafogo eu esqueci
de retornar
sem parar na cadeira
mais quente
o desgaste da
memória ressequida,
parece que eu vivi
para contar a ninguém
até a mim mesma
visto me calando
eu gentilmente choro
por descuido
e elaboro a próxima
desculpa,
o deslize seguinte e as frustrações apaziguadas
o deslize seguinte e as frustrações apaziguadas
os músicos eu
compreendo, seus destiladores ácidos,
seus desejos suicidas de fama e pó,
o sucesso em construir o legado overdose,
seus desejos suicidas de fama e pó,
o sucesso em construir o legado overdose,
over, game, brincar
com os dedos
como os poetas em
tempos de revolução,
dentro deles toda
hora
e a torcida fantasmagórica, os romances
e a torcida fantasmagórica, os romances
breves como os 5min
de fama e pico
os poemas duram mais
do que uma vida
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