terça-feira, 10 de setembro de 2019

volto à você

volto à nós 
como quem um dia nunca tivesse movido a língua,
de terno amadeirado
cabelo de corte curto
e curtindo os elogios dos apreciadores
da arte,
é verdade que eu dormi no ponto
fiz da cena uma brincadeira
tive vontade de te dar uns foras
e acabei saindo pela janela,
é que hoje estou viva e te conto
que fomos descuidadas,
a gente provando o sabor amar
e tentando achar alguma coisa
além de nós,
eu acho que foi aí que a gente
se desentendeu,
a gente quis saber que gosto era esse
que dava sensações à boca
e nessa paralisação o silêncio,
tão insosso
deu a gente o desgosto,
mas eu ainda gosto de voltar 
e de você

2 comentários:

  1. Bela deacricao daquela hesitacao que por vezes nos leva ao arrependimento.
    De mestre nnovamente
    ��

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  2. de volta a nós como nunca
    se tivesse repetido o tempo,
    como as fábulas em que o chão
    é de flores,
    e as pessoas morrem porque a vida
    incomoda,...


    fizessem com que o amor
    possa prosseguir numa dimensão
    sem choros,
    sem desilusões,
    só com água a humedecer um bem
    querer,
    atrás do outro,...


    não sei como descrever facilidades,
    surreais imprecisões como estas,
    sei dizer-tas,
    não descrever porque não
    alcanço o limite da racionalidade,
    só me sei de volta a nós,
    como se o tempo me pressionasse
    a ser vulgar,
    e a só sentir uma saudade
    impossível de se desenhar

    (um pouco diferente, com uma outra ideia):-)

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