quarta-feira, 17 de abril de 2019

trocamos apenas um único beck

era único o modo
como dedilhava a mesa
à frente 1, 2...
e me passava o beck
quase deslizava
era pois então que tremia
além das feições
a inclinação do corpo
éramos monumentais
expostos e risíveis
a quem visse anunciaria
como quem interpreta uma obra
dois miseráveis intocados!
por dentro das janelas laranjas
um anjo viria
é uma só moldura inacabada!
era certo que respirávamos
devido à cortina de fumaça
estendida dos pulmões ao silêncio
no entanto o estado de estática
paralisava até os eufóricos
ao redor da mesa
tragados pela cena metódica
de uma única tarde laranja

6 comentários:

  1. Beck?
    Calão brasileiro. Não conheço:-)
    Acho que falta pontuação na sua poesia. :-)

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  2. Óbvio que falta, não tenha dúvidas quanto a isso.

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  3. Aliás, o que mais te chamou atenção e julgou pertinente a comentar no poema foi a ausência de pontuação? É curioso pois, como professora, me apego mais à presença do que à ausência ao esboçar minha análise. Conhece maconha? Pois bem, está respondida sua pergunta.

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  4. Uhmm, se é propositado, ok. A minha ideia de poesia depende muito da pontuação. mas também admito que ela não exista, e leve a uma leutura com pausas onde o leitor queira, e não o autor deseje. :-) São opiniões. Já sei o que é beck. Aquilo é charro, ganza, pombo:-)

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  5. A pontuação na poesia viria a ser uma hábito recente -- no latim e no grego -- berço das epopeias (onde a poesia é necessariamente cantada, ou seja fundamentada em uma tradição oral) não há necessidade de pontuação -- também era assim com os ministreis e cantadores na idade média... não eram poemas para serem lidos, porque obviamente poucos sabiam ler -- só a partir de gutenberg é que há uma necessidade formal de estabelecer regras para a escrita, daí tb os academicismos e os parnasianismo sem questionarmos o mérito.

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  6. Os transcritos originais não possuíam pontuação, o que encontramos hoje na internet são traduções para o ocidente através de especialistas como vemos no projeto perseus (http://www.perseus.tufts.edu), mas basta ver aqui para entender melhor: http://www.openculture.com/2018/07/archaeologists-think-theyve-discovered-oldest-greek-copy-homers-odyssey-13-verses-clay-tablet.html

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