ouvi falar que gostasse de poema
de canto atravessado pela boca
pela manhã sinto-nos
expostos em lápide
bem detrás das madeiras na janela
no portal da tua cama
eu vi o sol raiar pelas frestas
de algum lugar entre nós
e as rachaduras do colchão
devo ter esquecido
que a solidez levaria para casa
os bêbados e os sonâmbulos
enquanto lembrava de acordar
ainda sinto um cheiro indiscreto
por mais que não lembre teu gosto
me pergunto qual teu nome?
mas vejo derramar licor dos olhos
que crispam de alegoria?
como se a madrugada
tivesse espantado a quinta da rua
e o sol deitado a repousar
devo te ouvir o ronco e criar melodia
Antes que cesse teu sono
e decidas acordar
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