domingo, 18 de março de 2018

Helena do Norte


Perdão, Helena, pela tempestade do mundo caindo de seus olhos

Sangria rubrados lambada qualquer coisa
Escorando os pratos no jantar a sala reunida. 
Ríamos de tudo até os olhos Helena. 
Elena de brilhos dos olhos grandes, mansidão dos olhos, de ternura macia
"Você perdeu muita coisa"

Dos olhos tarde e se amanheço Helena
Me dizia em grito das vozes do mundo
"Você que sabe"
Era assim
Helena sabia de tudo 

Sentava à cama de Helena que me contava de pegar um caminhão 
e contornar a seca, as voltas à sorte, da morte e do norte
Só não voltava atrás na palavra
Helena costurava na minha frente pra mim

Tarde, Helena aguardava
Com as mãos as linhas a voz os pés
De caminho infinito 
Que me mostrava um destino
"Volta!"

Gritava todos os dias essa voz sabe tudo
"Abre os olhos"

Gosto de Helena todo dia e todo dia Helena gosta de mim
Gosto de gostar de Helena. Amo Helena. Amo de jeito que se for descrever 
é feito ver o arco-íris e ver Helena existir. 

*Ver Helena* ai meu deus
Helena me fala de amor como quem canta
"Você é a luz dos meus olhos"

Helena é meu couro
Me chama de filha. Quando a gente perdeu uma parte
Nossa
Helena,

Mas não findava o dia nos olhos de Helena por mais que tardasse
Retornava a mim como um só coração
Íntegra 

E assustava se contida em braços obtivesse a proteção divina
De dentro
Olha o Arco-íris!
Olha bem pra dentro! 

Vejo o quão linda você é. Vejo e olho pro céu também.
Posso fechar os olhos e ainda te ver. 

"Senta aqui e vamo logo conversá. Você precisa crescê. Já sofrí demais pra vê desse jeito você sofrendo de novo. ? Ninguém merece. Não sai enquanto falo. Vai me ouví? Quando? Parece que tá em otro mundo. Você pode me ouvi? Estou feliz como não me vía. Sem noção. Eu to cumprindo minha razão de vivê. Oxe. Só ouve assim no grito. Meu grande amor. Deus te abençõe."

os olhos prendidos ver e sentir Helena, fazia Sol pelo calor, moveu-se à cama e logo aussou voo. Logo vi que ateava fogo à chama, soprano, a respiração ascendia. Vi que me amava pela simplicidade do ronco, debatia, abanava-me com os pés, era ali que encontrava sossego

Bati a porta com carinho, parecia que a culpa bateria de acordo. 
"Só agora você chega com'essa cara"
De quem sonhou e ainda acorda
vê Helena
Faz parte, então me deixa que conceda absolvição 

Todo dia era tudo de novo de novo e sabia e sentia que saía, entrava, presente.
Foi quando desprevenida atravessara a calçada e lembrei de Helena com o amor imprevisível dos arco-íris, de tão arco-íris que me preenchia, senti que existia em mim dela, de Helena, mais que a mim.
Tanto quanto as cores, cheiro de água. Parece que mais adiante encontrei um bar e brindei por sentir tão forte, por ela e à mim, quando a saideira chegou

Mainha 
Te amo 



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