antes que se transformasse
as cores do céu
e entornasse sobre nós
o aspecto da beleza introvertida
abri os olhos
sob o mar agitado
e rezei ao Deus
que molhava
os olhos
os pés
e inundava naquele instante
todo meu percurso
pedi ao Deus a construção
da cidade falida
dos sonhos fantasmas
as estórias demolidas
que desfalecem no tempo
das revoluções
ouvi um uivo
que tomei por ser
um recado inesperado
em plena areia macia
atentei os ouvidos ao mar
o canto ressoava
adorável de uma Deusa
distante e diante dos
olhos marejados
pedi ao céu
Me leve!
e a Deusa infinita
arrastando suas asas
de ondas
me lavou
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
O dia socando entrada como se tivesse noite saída
Acompanhei alguns apocalipses no início do fim desses dias de manhã entregues às cores da tarde a noite acordando o dia dormido.
pensei fluir mais devagar enquanto tragava em meio ao ponto, parada, mal sabia da espera continua.
Me falaram das regras e normas como quem chupa tamarindo, e fui segura ao embarcar, não, nunca fui estacionada.
outro dia duvidei do giro solar e pensei na força do sorriso, impossível não imaginar a onda em retorno. Batendo.
Hoje senti falta de uma coisa lá perdida e parecia o corpo ter sido espancado e vi as cores do céu umas oito vezes e vi tão roxo que senti perdão.
Era uma cor de consolo bonita, tão bom sentir o céu abafando o suor de choro.
Acostumei a caminhar pelos caminhos transtornos.
Fernanda
nada ficou no lugar
além da figura
do seu rosto
que me era desconhecida
devido ao semblante
de sombra e vida
do apego que criei pra nós
nada além da lembrança
de evocar tua voz
nos instantes de silêncio
e ecoar teu distante
pedido de calma
amei a ti como quem descobre
um desejo jovem
e feroz capaz
de atravessar o
mar Mediterrâneo
com os braços em desejo
do teu corpo manso
e gostaria de dizer
que do nada
sobra tudo
que podíamos ser
porque não éramos
e se fossemos
seria tão prescrito
que é preciso
além de acreditar
ter força para enfrentar
tudo que somos
tudo que fomos
e o que seremos
até continuar sendo
o que sempre será
continuantes
cansada de proclamar teu nome
por mim anunciado desde cedo,
e de tantas provas,
o crime arquivado em suspense
suprime meu gosto pelo roteiro
de um amor declarado.
simplesmente desisto
de ostentar motivos para as palavras
harmonizadas à teu corpo
deslizando no manto calafrio
de exorbitante teimosia.
é que de tanto declamar
e os olhos buscarem um destino,
desando três passos,
como se descobrisse um iceberg
em pleno Rio.
no dia em que fui te encontrar
nas horas distraídas,
desinibida descontraída
exatamente pronta para dar
declarações despidas
encontrei a vaga ocupada
dentro do seu olhar.
cansada demais para avançar
deixo de continuar.
por mim anunciado desde cedo,
e de tantas provas,
o crime arquivado em suspense
suprime meu gosto pelo roteiro
de um amor declarado.
simplesmente desisto
de ostentar motivos para as palavras
harmonizadas à teu corpo
deslizando no manto calafrio
de exorbitante teimosia.
é que de tanto declamar
e os olhos buscarem um destino,
desando três passos,
como se descobrisse um iceberg
em pleno Rio.
no dia em que fui te encontrar
nas horas distraídas,
desinibida descontraída
exatamente pronta para dar
declarações despidas
encontrei a vaga ocupada
dentro do seu olhar.
cansada demais para avançar
deixo de continuar.
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