o tempo e prender o pensamento
e penso no que pensaria se não fosse a cor do céu de manha
empurro a grade, aceno ao porteiro
e penso no que pensaria se não fosse a cor do céu de manha
empurro a grade, aceno ao porteiro
que veio do norte também
que agora conversa com minha mãe
e me acena com os olhos também
subo os degraus ao lado da janela iluminada de marrom,
subo os degraus ao lado da janela iluminada de marrom,
primeiro andar é só tocar a campainha,
aguardar em silêncio,
suspirar faz barulho demais.
Olá boa tarde eu estou bem, quer dizer, acho que desassossegada
O que é isso?
Me diga por favor que se estou maluca é melhor correr
Observo os olhos a janela
Olá boa tarde eu estou bem, quer dizer, acho que desassossegada
O que é isso?
Me diga por favor que se estou maluca é melhor correr
Observo os olhos a janela
e aceitaria mais um cigarro
mas não peço que abra
Deitada me vaga o que ia dizer
Mas sei lá
*boogarins - 6000dias
Deitada me vaga o que ia dizer
Mas sei lá
*boogarins - 6000dias
Gosto mesmo é da poesia que fuma um cigarro. Que enxerga o próximo e acena, sem a pretensão de sobrevoar a realidade, mas de encontrar nela as imagens e personagens que ela pode cantar. Seu escrito tem uma medida exata de angústia com o tempo que passa e exige respostas e a contemplação daquilo que nos atravessa sem deixar um nome registrado. Parece também uma poesia escrita depois de uma longa gestação. Talvez sejam os versos que dão saltos de contexto em contexto, ou talvez seja só minha impressão. De qualquer forma, gostei bastante. Vou rolar a página mais um pouco.
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