segunda-feira, 22 de maio de 2017

atravessar fronteiras até teus lábios

quando teu fogo 
acende as ruas 
dos leões 
as cores 
parece aquarela, 
monumento antiquado, 
mas quando o rio destoa
é pelo teu nome 
que o trânsito 
permite alcance 
entre municípios 

quando arrasta 
os dedos a roçar 
o chinelo no asfalto 
é feito pisada 
no corpo rijo
o sentido a querer 
assumir teu colo
em solidão 

quando a luz 
transtornada corta 
o discurso ensandecido 
é que se revela a paz 
retratada no
sorriso 

queria socorrer 
teu corpo inteiro, 
indiscreta, 
egoísta por amar 
teus planos, 
beijar teus defeitos 
assim como 
desejo insaciável 
descobrir teus muros 


2 comentários:

  1. Te leio e me dá uma vontade de tocar nessas palavras, um-tocar-vivo-palpável-físico... Como se fosse possível, como se fosse verdade. Tudo aqui dentro. Não sei.

    Paz.

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  2. Versos pintados ao invés de escritos, para poder inventar as cores que a cidade não tem. A imagem completa muito bem o que você escreveu. Como se a gente quase conseguisse andar pelas ruas dessa cidade e sentir a mesma solidão universal de nossas capitais.

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