Vou te contar sobre como em sonho, um guri franzino sorriu sem os dentes, a fim de nos aproximar, fez-se dois passos discretos. A explosão acendeu na aurora, a observação passou do horário enquanto pensava em descrever a borboleta azul. Sempre achei as borboletas muito livres mas as azuis vem do céu num pouso leve destinadas ao paraíso. Nos olhamos um olhar descrito nas passagens que eterno diria existir fogo fome do buraco imensurável. Tocamos borboletas azuladas, todas azuis, reverberavam as vozes das asas azuis. O céu parecia existir mais próximo. Tudo poderia dormir diante daquele azul fobia. Dormitei mais uma vez em sonho, no colo do menino sorriso.
segunda-feira, 29 de maio de 2017
segunda-feira, 22 de maio de 2017
atravessar fronteiras até teus lábios
quando teu fogo
acende as ruas
dos leões
as cores
parece aquarela,
monumento antiquado,
mas quando o rio destoa
é pelo teu nome
que o trânsito
permite alcance
entre municípios
quando arrasta
os dedos a roçar
o chinelo no asfalto
é feito pisada
no corpo rijo
o sentido a querer
assumir teu colo
em solidão
quando a luz
transtornada corta
o discurso ensandecido
é que se revela a paz
retratada no
sorriso
queria socorrer
teu corpo inteiro,
indiscreta,
egoísta por amar
teus planos,
beijar teus defeitos
assim como
desejo insaciável
descobrir teus muros
quinta-feira, 18 de maio de 2017
À busca
Devia provar
gosto de choro
macio
caído
lânguido
simples ao tocar na artéria,
Essa estagnação diria ser discrição
ausência de estímulo
Talvez deva suturar as marcas pisadas
antes de partir à trilha,
Horário de saída,
Basta creia não passar desapercebida
tão pouco pela brisa insólita a desistir das banalizações
E que infira
fúria
boca
e voz à fora
enquanto há
e no embalo surgir
gosto de choro
macio
caído
lânguido
simples ao tocar na artéria,
Essa estagnação diria ser discrição
ausência de estímulo
Talvez deva suturar as marcas pisadas
antes de partir à trilha,
Horário de saída,
Basta creia não passar desapercebida
tão pouco pela brisa insólita a desistir das banalizações
E que infira
fúria
boca
e voz à fora
enquanto há
e no embalo surgir
vontade de transitar
que seja
que seja
Foi o paladar da noite entrando
e a saída prescrita finais
Nós sabíamos dos históricos de homens partidos,
Nós sabíamos dos históricos de homens partidos,
enfim as cores
Me fala da proteção abaixo do céu
Me fala da proteção abaixo do céu
e inventa abismos por onde enfiar transtornos
E estamos, bem o sabe,
E estamos, bem o sabe,
quem dera chegar aos contornos
Cientes de abalos inevitáveis,
revisitaríamos cobertores que só tocam a superfície
mais firme do espírito,
nós existimos tanto chega a duvida.
Deixa os argumentos pra quando a fala estiver segura,
daqui não ouço teu sorriso,
revivo a fim de nos encontrar
Temo desencontrar seu fôlego,
Temo desencontrar seu fôlego,
as fases do seu sono,
mas permaneceremos instantes
enquanto o dia pacato anunciar os rostos contorcidos
segunda-feira, 15 de maio de 2017
banais p. 1
hoje não li
nem ouvi um disco
transei
saí
no entanto sento
no canto da cama
pra escrever poesia
como discreto desvio
das rotinas intermináveis
apontando sutilezas
ao lado de fora
como quem
sabe o samba
pernas imóveis
nem troquei a calcinha
ajeitei o jantar
de fome indefinida
hoje sentada
a escrever o que
a boca é incapaz
de traduzir
as palavras inteiras
acessíveis de fugir
então escrevo
pra aliviar
desassossego
do silêncio paralisia
se fico sentada
olhando pro nada
sou capaz de sumir
registro
aqui
hoje o dia
foi tão rápido
mal o vi
segunda-feira, 8 de maio de 2017
paraíso
delicado é olhar seu rosto
poderia descrever
a singularidade arcaica
Que te compõe
só com um toque
sutil da memória.
se é frio ou queimo
no suposto instinto
de correr nua arregaçada
te olhando como nunca pude
temerosa por devida selvageria
que te chama aos berros
em silêncio rigoroso,
diria ser loucura.
as vértebras das costas
no aguardo que o tempo voe
me convidam pra deitar seu corpo,
esqueço que existimos.
assim revivo e somos
nós deitadas uma cama cumprida,
as roupas fora do corpo secando.
Assim o tempo vaga
e assim o sossego
acompanha alvorecer
de um sorriso no meio da noite
Bem ali no centro da minha
insônia você sorrindo.
o fim se fundindo, lembro de
alcançar seu joelho com carinho,
foi o tempo, alguma culpa
a gente carrega, a vida,
tem uma espécie
de angústia que agarra
o corpo
navalha nas mãos.
parece que você nasceu de uma erva.
a singularidade arcaica
Que te compõe
só com um toque
sutil da memória.
se é frio ou queimo
no suposto instinto
de correr nua arregaçada
te olhando como nunca pude
temerosa por devida selvageria
que te chama aos berros
em silêncio rigoroso,
diria ser loucura.
as vértebras das costas
no aguardo que o tempo voe
me convidam pra deitar seu corpo,
esqueço que existimos.
assim revivo e somos
nós deitadas uma cama cumprida,
as roupas fora do corpo secando.
Assim o tempo vaga
e assim o sossego
acompanha alvorecer
de um sorriso no meio da noite
Bem ali no centro da minha
insônia você sorrindo.
o fim se fundindo, lembro de
alcançar seu joelho com carinho,
foi o tempo, alguma culpa
a gente carrega, a vida,
tem uma espécie
de angústia que agarra
o corpo
navalha nas mãos.
parece que você nasceu de uma erva.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
parte da liberdade é abrir os braços e segurar o corpo inteiro
sobrevoando displicentes
mãos são passarinhos
se fosse ninho a redoma
de amor e cristal
berraria sobre a pureza
estreita de governar teu rumo
decolar em praia desolada
por amor tão livre
tudo transparente
as águas batendo nos pés
o som que viria do movimento
que os corpos reproduzem
em êxtase no verão
logo o resgate levaria
os corpos afobados
navegando em mar aberto
mãos são passarinhos
se fosse ninho a redoma
de amor e cristal
berraria sobre a pureza
estreita de governar teu rumo
decolar em praia desolada
por amor tão livre
tudo transparente
as águas batendo nos pés
o som que viria do movimento
que os corpos reproduzem
em êxtase no verão
logo o resgate levaria
os corpos afobados
navegando em mar aberto
tão imensidão a paz
dos piratas a nos roubar
as vergonhas todas
em mergulho resistiríamos
ressaca dos Monstros noturnos
Salgado choro dos botos
tragédias dos Deuses marítimos
transitaríamos na onda
restante da areia abraçando
os corpos afogados
as palmas soando
tamanha paz
que ecoa
dos piratas a nos roubar
as vergonhas todas
em mergulho resistiríamos
ressaca dos Monstros noturnos
Salgado choro dos botos
tragédias dos Deuses marítimos
transitaríamos na onda
restante da areia abraçando
os corpos afogados
as palmas soando
tamanha paz
que ecoa
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