eu estava virando uma esquina
mais esquiva do que os seus lábios
eu virei a esquina tão rápido
parecia estar fugindo do vento
cortando a esquina
ou o meu fígado com uma garrafa de vidro
depois que eu bebi todo o dinheiro que tinha
há tantos
de passagem em mim
que virar a esquina não é o perigo
eu virei a esquina sozinha
mesmo virando
a melhor parte de mim
depois da bebida
eu fico esquecida
então viro esquiva sem virar pra trás
evitando voltar ao início da esquina
onde deixei você
o dinheiro do cigarro
da próxima bebida
e da passagem volta
porque só tenho no bolso a de ida
eu virei a esquina sozinha
mesmo virando
a melhor parte de mim
depois da bebida
eu fico esquecida
então viro esquiva sem virar pra trás
evitando voltar ao início da esquina
onde deixei você
o dinheiro do cigarro
da próxima bebida
e da passagem volta
porque só tenho no bolso a de ida
A entrega. Fiquei sem fôlego. " há tantos de passagem em mim " Me encontro aqui
ResponderExcluirPude sentir toda a agonia do eu-lírico expressa em palavras milimetricamente ordenadas e que dançam com a própria música que criam.
ResponderExcluirRaro de se ver.
Parabéns Gyzelle!
Tua poesia, eu amo!
ResponderExcluir<3
ResponderExcluirTeu poema tem um pouco de cada um que te lê, e te muito do que te satisfaz dizer ... se eu fosse um grilo falante, diria que: " a ida não é ainda "
ResponderExcluirAbraço.