Leve-me pois não sei mais prosear
E de onde vim não há mais chão
Minha nacionalidade é o estrangeiro
Leve-me com você
E limpe meus pés dos maus caminhos
Embarcarei no seu destino pois estou sem porto
Meu barco à velas navegou sozinho
Deixando-me nessa ilha de areia movediça
Leve-me e cuide dos medos
Deitarei no leito de seus braços insanos
Pois de onde vim não tinha cama
Leve-me e não conte para onde vamos
Tenho sede pois meu caminho foi seco
E hoje sou semente infértil
Mas vele este ventre vazio
Meu peito é um horizonte de ilusões
E nesse ilusionismo eu te espero
Fecho os olhos pois as pálpebras cansaram
E sem lugar eu continuo à deriva de mim
Leve-me nessa repetição perambulante
Deixe uma fresta para eu entrar na sua vida ferida
Pois farei de ti minha moradia
Nenhum comentário:
Postar um comentário