segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

amorar

na época em que colhia amoras, 
olhava para o céu ruidosa 
pela delicadeza 
violenta 
do bico dos pássaros 
do meu peito
que vibra como as suas penas 

o surto do vento me alisa,
sei que o amar é um breve uivo
que move os meus fios 
o meu nervo 
quero te mostrar a cor das frutas
depois de mordê-las 

depois crescemos, 
miro as nossas faíscas
difusas no ventre da chuva 
quero que você vibre 
depois que o sol as nossas mãos 
notívagas formas sombrear 

sermos aquilo o que o amor madurou 

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