Balbúrdia
é não investir
em Escola
sexta-feira, 31 de maio de 2019
quarta-feira, 29 de maio de 2019
flores impossíveis na cerca dos seus lábios
retratar o gosto e o gesto dos lábios
sábado, 18 de maio de 2019
amanhã agora de ontem
por egoísmo ou quaisquer descrição
desfigurada nos sentimos ausentes
é bem verdade a partilha
sexta-feira, 17 de maio de 2019
eu adoro tu em mim
adoro tuas mãos entrando em mim
eu pedindo mais líquido
teu jeito de me botar pra cima
e entrando
eu entrando
adoro o perigo de estar na tua
entrando em mim
dos pés à cabeça
abro a porta e bato depois
tu me recebe com um cigarro
e a gente queimando
vendo a noite se alongar
mais uma vez em nós
adoro muita coisa em ti
que ainda nem descobri
mas adoro mesmo assim
ver tu entrando em mim
segunda-feira, 13 de maio de 2019
domingo, 12 de maio de 2019
hora dessas
teu sorriso ocioso
debruçado na quina do bar
penso em ganhar na loteria
fazer uma aposta
ou acreditar na sorte
penso em muitas coisas além
de ir a ti
esquina de casa
ou melhor da tua casa
decido não voltar à minha
entro como se fosse nossa
tiro a roupa e fumo um cigarro
tomo um banho e tomo seu corpo
não prevejo qual a ordem dos fatores
mas me altero a qualquer fato
nesse instante recorro à memória
e novamente teu sorriso
desde que me viu
subindo a rua
cinco vezes
tem coisas que é impossível contar
e se fosse possível
possivelmente eu não contaria
tem coisas que eu não sei dizer
mas se soubesse
provavelmente eu te diria
domingo, 5 de maio de 2019
solidez
não cabe a nós o soturno breu
cabível às palavras amenas
se repousa teu rosto à palma
encostada desterrada à solitude
não nos cabe o silêncio esperado
prostrado altar das divagações
se aliso teu sonho enquanto dorme
senta e espera que a balbúrdia
soará àspera novidade aos loucos
é tarde ainda aos que exaltados
aguardam que amanhã nos mova
límpida a vastidão preenchida
evocará os malditos bestiais
de asas arcaicas e leves
os homens apreenderão a recontar
as horas narradas em realismo
por pura vaidade de vida e caos
decerto descobrirão que não estão sós
até no silêncio da torre de cinzas
até mesmo no mármore do caixão
é nessa hora que a palavra
encontrará boca que a exalte
quando não nos couber saída