quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

sedosa

tem horas que é hora de parar
dizia isso enquanto procurava a seda
dava uma volta na cama
apalpava ao redor e sentiu a própria polpa
sorriu macia como não se sentia 
e apalpava ao redor de si mesma procurando a si
depois pegara um copo e meio cheia decidiu mijar
a porta que range, o chinelo que range, o rangir do papel
tem muito silêncio aqui de onde vens
ainda procura alguma coisa nem lembra ainda procura mas nem lembra ainda procura mas

2 comentários:

  1. Tosco e sedutor retrato de solidão.
    Gostei.

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  2. Uma envolvente dança pelas palavras e uma dor que brilha no plano de fundo... Lindo como a tua poesia

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