sábado, 19 de março de 2016

ato I

acordo
nem sei mas há um sono
de vida de erguer o corpo
um sopro no meio do peito
parece doença
prazer ou falta de sorte

levanto
os pés ao chão
piso gelado um copo meio vazio
as portas trancadas
o gato parece de ressaca
e as buzinas do lado de fora
a essa hora
por quê, meu deus?

quase rezo
só ajoelho pra chupar
nem sei mas há um sono
de vida de erguer o corpo

giro a chave
duas voltas
mais duas
são quatro e vinte 

faço mais um
acordo
com a vida

volto

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